quinta-feira, 3 de maio de 2012

Diagnóstico de EET em mamíferos

Cronologicamente, o diagnóstico inicial de EET prendia-se com análise histológica, vindo-se ultimamente a atribuir acrescida relevância à análise bioquímica e biomolecular, considerando o novo leque de conhecimentos quanto à patogenicidade por agentes priónicos e do PrP enquanto molécula funcional.

De acordo com a Organização Mundial para a Saúde Animal [1] e a UE, o diagnóstico adequado de encefalopatias espongiformes afectas a gado ruminante compreende diferentes tipos de testes que visam a detecção, confirmação e distinção do tipo de enteropatia. Os testes pertencentes a cada tipo de conjunto aqui estimado são aplicados mediante o propósito do estudo. Assim sendo, em programas de vigilância activa aplicam-se maioritariamente testes preliminares/rastreios enquanto testes confirmatórios em situações de suspeita levantada a partir de vigilância passiva [2]. (7)

Conhecidos os sinais e sintomas da enteropatia, os métodos empregues na admissão e análise de casos foram teorizados acerca do conhecimento prévio das alterações histopatológicas que a doença motiva (vacuolização da matéria cinzenta, perda de densidade neuronal, proliferação de astrócitos e formação de placas amilóides), dos padrões específicos de distribuição e concentração de PrPSc nos vários tecidos encefálicos/linfáticos nas diferentes espécies afectas e das propriedades bioquímicas da molécula (utilização de conhecimentos de imunodetecção e conformação da proteína original).(5)

  • Recolha de amostras

O tecido retirado em biópsia é normalmente originário da região do óbex, na medula oblongata, via foramen magno. Uma vez que esta se trata da primeira zona a ser afectada na maioria das EET, torna-se uma óptima fonte para matéria de diagnóstico de BSE, CWD e Scrapie (7), mantendo em consideração a necessidade de olhar para diferentes núcleos da base mediante a espécie considerada (BSE –núcleo do trato solitário e trigeminal; CWD & Scrapie – núcleo do trato trigeminal e parassimpático motor dorsal do nervo Vago; ScrapieV – núcleo trigeminal e cerebelo).

A acumulação de PrPres nos tecidos linfóides (veados/cervos/ovinos/caprinos) fez com que estes, devido à sua consistência, se tornassem o tecido de eleição para estudos relacionados com CWD.

Actualmente, no domínio dos testes rápidos de vigilância e controlo epidemiológico, está previsto um conjunto de protocolos de teste para amostras consideradas de “fraca-qualidade” no que concerne à possível autólise do tecido e das moléculas.(5)

Ilustração 12- Análise histológica de núcleos motores infectados com CWD(5).
[Legenda: a – amostra do núcleo dorsal motor do nervo Vago num cervo [400x] ; b – amostra de uma amígdala linfóide de um veado [250x]; (ambos infectados com CWD)]



  • Protocolos utilizados

A implementação na UE de vários programas de controlo da proliferação da epidemia conduziu à necessidade de formulação de testes que, mantendo a viabilidade, providenciassem um diagnóstico rápido e aceitassem a análise comum de um múltiplo número de amostras. A maioria dos procedimentos de seguida descritos envolve uma etapa prévia de digestão enzimática das amostras com Proteinase K








[1] World Organization for Animal Health.
[2] Os testes de natureza discriminatória foram desenvolvidos a partir da necessidade de diferenciar entre casos de Scrapie clássica e atípica.

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